sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Mitologia: Deusa Pele



Mitologia: Deusa Pele

 Por Andrea Aleixo

Essa deusa faz parte da mitologia Havaiana/Polinésia. Nascida no Taiti, mas viveu no Havaí, mais especificamente no Honua-Mea, filha da Deusa Haumea, Deusa da terra, e do Deus Kane Milohai, criador do céu e da terra. Essa Deusa Portadora de uma personalidade muito forte, Pele cresce em um lar composto por mais cinco irmãs e sete irmãos.
 Chegando, Pele, a sua maturidade, torna-se uma Deusa que gosta de viajar, de conhecer lugares. Em determinado momento, ela, seduz o esposo de sua irmã Namakaokahai, Deusa da água. Devido a seus rompantes de mau humor e por conta do que fez com sua irmã, seu pai Deus criador do céu e da terra a baniu do Taiti. Seu irmão Kamohoali’i, Deus dos tubarões, a ajuda dando-lhe uma canoa para seguir seu caminho em busca de um novo lar.
Nessa busca Pele leva consigo sua irmã Hi’iaka, tida pelos havaianos como sendo padroeira da dança hula. Em cada lugar que chegavam, Pele, fazia surgir um vulcão para servir como sua morada, porém sua irmã traída, com sua cede de vingança, sendo ela Deusa da água, afunda suas moradas, até que Pele chega a seu limite de submissão e remorso, e se volta de vez contra sua irmã, travando assim um batalha cruel que levou a morte de Namakaokahai.

Diz a lenda que seus ossos ainda se encontram em Maui, sendo identificado como a colina Ka-iwi-o-pele. Com isso, Pele decide se instalar definitivamente no Havaí, em Mauna Kea, construindo sua casa, a famosa cratera conhecida como Halemaumau, no reconhecido vulcão Kilauea. Diz a lenda que ela ainda habita o local.
Bom, continuando a lenda, após instalação definitiva de Pele e de sua irmã Hi’iaka, Pele retoma suas viagens e começa então a conhecer a região. Em um de seus passeios ela chega a uma determinada ilha e sente o prazer de se apaixonar ao conhecer o jovem Lohiau, mas Pele precisou voltar para casa e deixou-o na ilha. A saudade de seu amado era tão forte que a fez decidir enviar sua irmã para buscá-lo, munindo-a de forças mágicas pra enfrentar os infortúnios de sua missão. Chegando ao seu destino, Hi’iaka tem a terrível surpresa de saber que o jovem havia sucumbido e falecido por conta do amor e da saudade que sentia pela linda e guerreira Pele. Temendo pela dor que sua irmã iria sentir, Hi’iaka resolve usar a magia, dada por Pele, para trazer de volta a vida o amado jovem.
Nesse meio tempo, Pele, portadora de um gênio forte e temerosa de que sua irmã tivera feito com ela o que ele mesma fizera com Kamakaokahai (seduzido por Pele), opta por aniquilar o que Hi’iaka amava, o seu grande amigo Hopoe.Hi’ika. Ao voltar feliz da vida, por estar trazendo a felicidade de sua irmã, seu amor Lohiau, Hi’iaka descobre que a amada irmã havia tirado o que ela tinha de sagrado (seu Hopoe), por quem ela enfrentou diversidades e até abandonou a própria família para segui-la. A dor foi tão intensa, que sentiu seu peito apertar de tanto sofrimento, que foi levada por esse sentimento amargo da perda, a levando a tomar a decisão de fazer Pele sentir também essa dor, uma vez que ela traiu suas duas irmãs. Então resolve se vingar. seduz Lohiau e foge com ele de volta para a ilha. Pele envia uma devastadora lava que atinge o rapaz, porém Hi’iaka o traz a vida, mais uma vez. Ela consegue amá-lo, e protegê-lo das forças de Pele.
Pele então se vê só, com sua dor. Ela segue sua vida vagando pela região. Há quem diga que ela aparece vestida de vermelho acompanhada por um cachorro branco, ora surge com uma linda jovem, ora como uma delicada anciã, em plena lua cheia, no intuito de testar aqueles que passem por seu caminho. Rege a lenda que aqueles que fazem o que ela pede são agraciados com coisas boas em sua vida, porém do contrário ela tira tudo o que a pessoa tem para venha a depender de outrem e possa sentir o que é o sofrimento de nada ter. Há também uma outra lenda que explica que ela castiga quem mexe ou tira algo de sua casa, do vulcão Kilauea.
Apesar de ser contada como lenda, há relatos de pessoas que devolvem pedaços de rochas e pedras retiradas do Kilauea pedindo, através de cartas, pedindo desculpas e relatando como fora trágica sua vida desde o momento que chegaram com esses materiais em suas residências.
A lava do Kilauea começou em 1983. No período de 1983 a 1990 ela destruiu mais de 180 casas. Há relatos de moradores da região de que apenas uma casa não havia sido destruída, está pertencente ao único devoto da Deusa.
            Pode-se perceber, analisando toda essa lenda, que Pele possuí sentimentos muito fortes e extremos, que ela é bastante impulsiva, assim como os vulcões. Mas suas viagens e aparições traz também o aprendizado de quão importante é ser bom, nos faz refletir a importância de sentimentos como a paciência, a confiança, a lealdade e principalmente o amor, sentimentos que une as pessoas, as famílias.  
Junto a devastação que os vulcões, regidos por Pele, causam, vem a oportunidade de recomeçar, surge uma nova perspectiva de vida. Os vulcões proporcionam tanto o recomeço quanto o começo. Ao lançar suas lavas e estas em contato com as águas, faz “nascer” uma nova terra, dando a possibilidade de crescimento para o povo.

Pelo despertar, pela vibração, pela vitalidade
 

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