Ritual Pachamama: Releituras e aproximação com o movimento Wicca
Por Andrea Aleixo, Marcela Marinho e Luani Macário
Nosso Coven tem a presença de
muitas pessoas que pertencem, para além da religião wicca, a outras expressões
espirituais, congregando linhas e pensamentos diversos. O respeito e a união
nos definem, assim como a amorosidade e a busca por fazer o bem.
Depois de um longo ano e mesmo
sendo ele cheio de momentos de dificuldades e tristezas, terminamos com uma
meditação, intuída por nossa Rainha das Fadas, sentida por meio da mitologia
egípcia, assim nosso último ritual foi com os Deuses do Egito. A emoção era
forte, todos fizeram suas limpezas pessoais, e agradecidos pedimos pela nossa
cidade, pelo nosso Estado e pelo nosso País, por sua reestruturação, como
Osíris foi pelo amor de reconstrução de Isis.
Agradecendo e pedindo por um
novo ano com mais ternura, com mais luz para todos nós, decidimos que o ano
iniciaria com Pachamama, pois representa a cura, o sagrado, a fertilidade e a
totalidade. O mito de Pachamama e Pachacamac, de origem Inca, presente no
imaginário coletivo andino e que representa igualmente para nós a presença
deles dentro de cada um de nós, Pachamama está em nós!
Os incas com respeito,
oferecem as suas divindades o que comer, o que beber e o que fumar, como uma
forma de retribuir o que muito elas fizeram por eles. E é nesse movimento que decidimos
fazer o ritual a essa deusa terra. Agradecer pela colheita árdua do ano que
passou e agradecer também pelo que colheremos no ano de 2017.
A partir dos símbolos
pesquisados iniciamos uma releitura, sobretudo de cunho intuitivo, dos rituais
feitos no Peru. O espiral, os “pagos”, o condor, o puma e a serpente sentidos e
pensados a partir da nossa intuição, o umbigo do mundo, o xamã fazem parte do
ritual peruano, mas como pensar o ritual para realidade brasileira e,
especialmente, para o nosso Coven.
Intuições
presentes
Assim que iniciamos os estudos
e com a vivência de Marcela no Peru, foram aflorando sentimentos e sensações e
em nossas mentes foram se materializando, cores e formas, poemas e orações.
A primeira ideia veio do
símbolo do espiral e a compreensão sobre limpeza e harmonização, assim intuímos
construir um espiral, no chão com flores, sal, milhos e batatas, incenso e
velas.
Na sequência outras ideias
afloraram, agora já sentimentos e emoções ligando a ideia do umbigo do mundo e
o nosso caldeirão, que sentimos que deve ser de barro e os “pagos” em
agradecimento a Pachamama.
Ainda, veio a imagem de um
amuleto com símbolos dos elementos que se aproximem dos elementos peruanos,
como: milho, sal, palo santo, água, pedra, conchas do mar. E agradecimentos,
pelo que se deseja para o decorrer do ano.
Um banho com ervas, incenso e
velas para continuar a harmonização com a deusa em casa.
Músicas, comidas e bebidas
para com a deusa festejar. Muita cor, vibração e orações.
O condor, o puma e a serpente representados
em um pequeno altar, assim como como adornos na decoração.
O
ritual
Começaremos o ritual com
explicações sobre o mito de Pachamama e Pachacamac e com o chamamento do
círculo feito por todos nós. Chamamos as torres com os quatro elementos, cada
um chama em conjunto a sua torre (os da água, da terra, do ar, do fogo de
acordo com os signos) e assim iniciaremos com a força do grupo.
Cantamos duas músicas para
chamar a força xamânica do grupo, a primeira “Eu tenho a força” e a segunda “Ela
espera”, chamamento wicca. O caldeirão foi acesso com sal grosso, pimentas
variadas e álcool invocando a força transmutadora para todos nós.
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Aproximando o movimento wicca ao
movimento xamânico, faremos um espiral com flores, sal grosso para limpar e
harmonizar o grupo. Faremos um “pago” para Pachamama, colocado no que representa
o “umbigo do mundo”, alimentos, objetos como agradecimento para desejos que
cada um tem. Após as oferendas (pagos) brindamos a lua com agua cristalina,
invocando a força transmutadora da grande Pachamama com a mãe Lua, unindo-as
como uma força única, para nos fortalecer e curar de possíveis doenças
expandindo para nossos familiares.
Na sequência nos
harmonizaremos e cada um fala uma palavra que expresse o sentimento pelo
ritual. Então, fecharemos o círculo devolvendo as devidas torres para os
devidos quadrantes (água, fogo, terra e ar).
O
ritual em casa
Prepare um altar com a
representação dos quatro elementos (Terra, ar, água e fogo), sugerimos, o sal
(fogo), o incenso (ar), água (taça com água) e terra (pedrinhas). Inicie com as
músicas sugeridas no tópico “O ritual”. Na sequência faça uma oração para
Pachamama (como a oração de agradecimento sugerida no post “Paixão pela
Pachamama), imagine que ela está com você e agradeça pelos desejos que tenha,
como algo que já alcançou. No fim, diga com força “pela cura, pelo sagrado,
pela totalidade e pela fertilidade” e “Pela lei do três”.
O amor nos guia pelos caminhos
que nos levam a Pachamama.





Um honra poder participar da elaboração e levantamento desse lindo mito e lição de amor, Madre Tierra que é tão generosa conosco, que tanto nos ama, merece todo carinho e respeito. Grata a Mama Lu e Mana Marcela por esta felicidade.
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