quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Ritual Pachamama: Releituras e aproximação com o movimento Wicca




                 Ritual Pachamama: Releituras e aproximação com o movimento Wicca


 

 Por Andrea  Aleixo, Marcela Marinho e Luani Macário


Nosso Coven tem a presença de muitas pessoas que pertencem, para além da religião wicca, a outras expressões espirituais, congregando linhas e pensamentos diversos. O respeito e a união nos definem, assim como a amorosidade e a busca por fazer o bem.

Depois de um longo ano e mesmo sendo ele cheio de momentos de dificuldades e tristezas, terminamos com uma meditação, intuída por nossa Rainha das Fadas, sentida por meio da mitologia egípcia, assim nosso último ritual foi com os Deuses do Egito. A emoção era forte, todos fizeram suas limpezas pessoais, e agradecidos pedimos pela nossa cidade, pelo nosso Estado e pelo nosso País, por sua reestruturação, como Osíris foi pelo amor de reconstrução de Isis.

Agradecendo e pedindo por um novo ano com mais ternura, com mais luz para todos nós, decidimos que o ano iniciaria com Pachamama, pois representa a cura, o sagrado, a fertilidade e a totalidade. O mito de Pachamama e Pachacamac, de origem Inca, presente no imaginário coletivo andino e que representa igualmente para nós a presença deles dentro de cada um de nós, Pachamama está em nós!


Os incas com respeito, oferecem as suas divindades o que comer, o que beber e o que fumar, como uma forma de retribuir o que muito elas fizeram por eles. E é nesse movimento que decidimos fazer o ritual a essa deusa terra. Agradecer pela colheita árdua do ano que passou e agradecer também pelo que colheremos no ano de 2017.

A partir dos símbolos pesquisados iniciamos uma releitura, sobretudo de cunho intuitivo, dos rituais feitos no Peru. O espiral, os “pagos”, o condor, o puma e a serpente sentidos e pensados a partir da nossa intuição, o umbigo do mundo, o xamã fazem parte do ritual peruano, mas como pensar o ritual para realidade brasileira e, especialmente, para o nosso Coven.

Intuições presentes

Assim que iniciamos os estudos e com a vivência de Marcela no Peru, foram aflorando sentimentos e sensações e em nossas mentes foram se materializando, cores e formas, poemas e orações.
A primeira ideia veio do símbolo do espiral e a compreensão sobre limpeza e harmonização, assim intuímos construir um espiral, no chão com flores, sal, milhos e batatas, incenso e velas.

Na sequência outras ideias afloraram, agora já sentimentos e emoções ligando a ideia do umbigo do mundo e o nosso caldeirão, que sentimos que deve ser de barro e os “pagos” em agradecimento a Pachamama.
Ainda, veio a imagem de um amuleto com símbolos dos elementos que se aproximem dos elementos peruanos, como: milho, sal, palo santo, água, pedra, conchas do mar. E agradecimentos, pelo que se deseja para o decorrer do ano.
Um banho com ervas, incenso e velas para continuar a harmonização com a deusa em casa.
Músicas, comidas e bebidas para com a deusa festejar. Muita cor, vibração e orações.

O condor, o puma e a serpente representados em um pequeno altar, assim como como adornos na decoração.

O ritual 
  
Começaremos o ritual com explicações sobre o mito de Pachamama e Pachacamac e com o chamamento do círculo feito por todos nós. Chamamos as torres com os quatro elementos, cada um chama em conjunto a sua torre (os da água, da terra, do ar, do fogo de acordo com os signos) e assim iniciaremos com a força do grupo.

Cantamos duas músicas para chamar a força xamânica do grupo, a primeira “Eu tenho a força” e a segunda “Ela espera”, chamamento wicca. O caldeirão foi acesso com sal grosso, pimentas variadas e álcool invocando a força transmutadora para todos nós.

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Aproximando o movimento wicca ao movimento xamânico, faremos um espiral com flores, sal grosso para limpar e harmonizar o grupo. Faremos um “pago” para Pachamama, colocado no que representa o “umbigo do mundo”, alimentos, objetos como agradecimento para desejos que cada um tem. Após as oferendas (pagos) brindamos a lua com agua cristalina, invocando a força transmutadora da grande Pachamama com a mãe Lua, unindo-as como uma força única, para nos fortalecer e curar de possíveis doenças expandindo para nossos familiares.

Na sequência nos harmonizaremos e cada um fala uma palavra que expresse o sentimento pelo ritual. Então, fecharemos o círculo devolvendo as devidas torres para os devidos quadrantes (água, fogo, terra e ar).

O ritual em casa  

Prepare um altar com a representação dos quatro elementos (Terra, ar, água e fogo), sugerimos, o sal (fogo), o incenso (ar), água (taça com água) e terra (pedrinhas). Inicie com as músicas sugeridas no tópico “O ritual”. Na sequência faça uma oração para Pachamama (como a oração de agradecimento sugerida no post “Paixão pela Pachamama), imagine que ela está com você e agradeça pelos desejos que tenha, como algo que já alcançou. No fim, diga com força “pela cura, pelo sagrado, pela totalidade e pela fertilidade” e “Pela lei do três”.

O amor nos guia pelos caminhos que nos levam a Pachamama.


Um comentário:

  1. Um honra poder participar da elaboração e levantamento desse lindo mito e lição de amor, Madre Tierra que é tão generosa conosco, que tanto nos ama, merece todo carinho e respeito. Grata a Mama Lu e Mana Marcela por esta felicidade.

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